Ao menos 348 crianças de 20 países precisaram de cuidados médicos após apresentarem sintomas de inflamação do fígado
Do portal Metrópoles –
Há um mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora um surto misterioso de hepatite aguda grave em crianças. Até essa quarta-feira, 11, 348 casos foram notificados às autoridades de 20 países e seguem em investigação — 16 deles estão no Brasil.
A hepatite é uma inflamação do fígado, geralmente provocada pelos vírus dos tipos A, B, C, D e E ou pelo consumo de água e alimentos contaminados, intoxicação medicamentosa ou alcoólica. Quando a inflamação ocorre rápida e abruptamente, ela é classificada como aguda.
Porém, o que intriga os médicos é que exames de sangue e biópsias do fígado de crianças do Reino Unido descartaram as causas mais comuns da doença. As principais hipóteses agora giram em torno de uma infecção por adenovírus ou pelo próprio coronavírus, que teriam desencadeado a hepatite.
Cuidados
Para prevenir infecções, a OMS recomenda medidas básicas de higiene, como lavar as mãos e cobrir a boca ao tossir ou espirrar. “O mais importante é ficar atento aos sintomas e procurar atendimento médico imediatamente”, informa o médico Leandro Soares Sereno, assessor de Prevenção e Controle de Hepatites Virais da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em comunicado.
A inflamação do fígado pode ser identificada por sintomas gastrointestinais – como diarreia ou vômito –, febre, dores musculares e icterícia, quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas.
A infectologista Ana Helena Germoglio pondera que, pela causa da condição ainda não estar definida, é difícil estabelecer um protocolo de prevenção. Ainda assim, alguns cuidados adicionais devem ser tomados, como ter cuidado com alimentos contaminados e evitar o contato de crianças e adolescentes sintomáticos com outras pessoas nas escolas e creches.
“No momento, ainda não sabemos o que está causando a hepatite. Se realmente for adenovírus, os principais cuidados são a higienização das mãos, porque ele é transmitido de uma pessoa para outra pela transmissão fecal/oral”, disse.
Embora os vírus comuns da hepatite não estejam relacionados ao surto, a médica incentiva os pais a vacinarem os filhos para protegê-los de outras doenças e eliminar suspeitas, visando facilitar o diagnóstico.
“A vacina que temos contra a hepatite A e B não protege contra essa doença, mas as crianças terão um risco menor de desenvolver outras condições associadas. É um benefício indireto”, explica a infectologista.