Barragem que se rompeu em 2015 era gerida por empresa inglesa e atingidos conseguiram direito de pedir indenização nos tribunais do país europeu
O julgamento da Tragédia de Mariana nos tribunais do Reino Unido tem duas novas audiências marcadas para a próxima semana. Nos dias 13 e 14 de dezembro, a Corte de Tecnologia e Construção se reunirá para discutir os próximos passos do processo, que poderá definir uma indenização aos atingidos com valor que pode superar a marca de R$ 30 bilhões.
A ação coletiva que tramita nos tribunais britânicos representa mais de 200 mil vítimas do rompimento da Barragem do Fundão em 5 de novembro de 2015. A estrutura era gerida pela Samarco, empresa controlada pela Vale em parceria com a anglo-australiana BHP Billiton, fato que permitiu que a ação fosse movida no país europeu.
Segundo o escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas, cinco indígenas da tribo Krenak, que participam da ação coletiva, estarão presentes nas audiências de 13 e 14 de dezembro. O processo é gerido pela juíza Finola O’Farrell.
Em julho deste ano, a Justiça Inglesa definiu que os atingidos pelo rompimento da barragem têm direito de acionar o judiciário do país europeu para buscar indenização pela tragédia. O processo corre no Reino Unido desde 2018, concomitantemente ao trâmite no Brasil.
A Tragédia de Mariana culminou na morte de 19 pessoas, atingiu outras 500 mil, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e despejou aproximadamente 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, poluindo o solo e, especialmente, a Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
*Com informações: Estado de Minas