Durante depoimento do gerente que vendeu os fogos de artifício usados no local, o advogado discutiu com a testemunha e com o juiz do caso
Do portal Metrópoles – O terceiro dia de julgamento dos envolvidos no incêndio da boate Kiss, tragédia ocorrida em 2013 na cidade de Santa Maria (RS), foi marcado por gritaria e bate-boca. A confusão ocorreu em dois momentos na manhã desta sexta-feira (3/12).
Durante o depoimento de Daniel Rodrigues da Silva, gerente do estabelecimentos que vendeu os artefatos pirotécnicos usados pela boate na tragédia, o advogado Jean Severo discutiu com a testemunha e com o juiz Orlando Faccini Neto.
Severo é o advogado de defesa do produtor musical Luciano Bonilha Leão, que comprou os produtos de pirotecnia e os passou para os membros da banda Gurizada Fandangueira. O primeiro bate-boca começou quando a testemunha negou responder se a polícia fechou sua loja após o incêndio da boate Kiss.
O advogado Jean Severo disse que ele era obrigado a responder. O depoente retorquiu: “Não vou responder, não sou obrigado”. Em resposta, Severo gritou: “Claro que tu é obrigado, sim. Não começa, tu tem que responder”. O advogado ainda afirmou que a testemunha tinha colocado seu cliente entre os acusados: “Ele colocou esse inocente aqui, ele colocou”.
O advogado continuou a gritar. O juiz o advertiu: “Aqui não é competição de quem grita mais alto. Se for, eu falarei mais alto. O senhor aguarde. A pergunta vai ser formulada. Eu considero a pergunta relevante, só vamos esperar um pouco”.
A testemunha perguntou ao juiz se era obrigado a responder àquela questão. “Sim, é obrigado porque existe um tipo penal, um crime, que é o falso testemunho, que diz que, se a testemunha faltar com a verdade, ou também omitir, isso pode dar problema”, disse o juiz Orlando Faccini Neto para o gerente.