Juiz de Direito chegou a conceder duas liminares para obrigar a Administração Municipal e o governo de Minas a transferir a paciente para o “João XXIII”
Internada desde o início do mês no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, Mayara Alves da Silva Rojas, já está em leito clínico e médicos descartam a necessidade de transferência para unidade especializada em tratamento de queimaduras. As informações foram repassadas à reportagem do Alô Poços na manhã deste sábado (23) pelo secretário Municipal de Saúde, Dr. Carlos Mosconi.
O secretário conta que a grande preocupação da equipe médica era que pudesse ter havido comprometimento das vias aéreas superiores, situação que foi descartada.
Mayara segue internada na Santa Casa e seu quadro clínico é estável. Agora ela precisa ser assistida por um cirurgião plástico e como a Santa Casa e o município não dispõem do profissional em seus quadros, Mosconi antecipa que, no início na próxima semana será estudado a melhor forma de dar sequência ao atendimento à paciente, muito provavelmente, com tratamento fora de domicílio.
Duas liminares chegaram a ser concedidas pelo juiz de Direito Maurício Ferreira Cunha, a mais recente, na última terça-feira (19), dobrando o valor da multa a ser aplicada contra o Município e o governo de Minas Gerais, enquanto Mayara Rojas não fosse transferida para o Hospital “João XXIII”, em Belo Horizonte, capital do Estado, referência em tratamento a queimados ou para outra unidade especializada, mesmo que privada.
Sobre essa questão, Mosconi destacou que a Procuradoria Geral do Município já solicitou a revogação das liminares e está em conversa com juiz Maurício Cunha, aguardando pelo deferimento.
Relembre o Caso
Mayara Alves da Silva Rojas, 24 anos, foi internada no último dia 02, na Santa Casa de Poços de Caldas, em estado grave, com queimaduras profundas na no tórax e na cabeça após uma briga com o namorado em um apartamento na Rua Pernambuco, Centro de Poços de Caldas. O namorado da vítima foi preso, mas, nega ter ateado fogo nela e disse que tentou socorrê-la, apagando as chamas antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Uma vizinha relatou aos policiais militares (PM’s) ter ouvido o casal brigando e a vítima gritando socorro. Para a PM, o suspeito, de 32 anos, que é técnico em segurança, disse que tentou encerrar o relacionamento com a vítima e isso gerou a discussão entre eles. Segundo ele, ela teria dito que iria se matar, pouco depois ele ouviu a vítima, que estava em outro cômodo, gritando socorro, ao correr até onde ela estava se deparou com a mulher em chamas pelo corpo.
O suspeito acrescentou ter tentado, de várias formas, apagar as chamas e que colocou a vítima embaixo do chuveiro. Depois ligou para o Samu e ficou aguardando a chegada dos socorristas.