“Hoje foi o meu filho, amanhã vai ser o de outro”, desabafou pai do garoto. “Ele gostava muito de internet e assistia os vídeos na televisão”, relata.
“Hoje foi o meu filho, amanhã vai ser o de outro”. O desabafo é do autônomo Fabiano Teixeira Santos, pai do menino João Victor Santos Mapa, de apenas dez anos, que morreu vítima do “desafio do desodorante”. Ele inalou um desodorante aeressol dentro de um guarda-roupa, no bairro Pirajá, na região Nordeste de Belo Horizonte.
De acordo com o pai, a morte do filho ocorreu enquanto ele tentava realizar o desafio que incentiva as pessoas a inalarem gás de desodorante aerossol pelo maior tempo que conseguirem. “Ele inalou quase meio vidro de desodorante”, conta o pai. Fabiano acredita que o filho tenha tido acesso a esse tipo de conteúdo por meio de vídeos no Youtube. “Ele gostava muito de internet e assistia os vídeos na televisão”, relata.
A morte do menino ocorreu em um momento de descuido dos pais, como justifica Fabiano. Ele estava brincando com os outros dois irmãos. A mãe sentiu falta do filho e ao procurá-lo encontrou o garoto desacordado dentro do guarda-roupa. O Samu foi acionado e a equipe médica chegou a realizar manobras cardiorrespiratória, mas ele não resistiu. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal.
Fabiano relembrou as qualidades do filho, que era uma criança brincalhona, estudiosa e, assim como os três irmãos, usava a internet com supervisão. O homem ainda disse que jamais imaginava que o filho teria contato com este conteúdo e pudesse realizar o ato.
Desafio do Desodorante
O desafio do desodorante se popularizou nas redes sociais. Em uma das modalidades da brincadeira, vence a batalha quem conseguir inalar mais quantidade do produto. Os vídeos são postados para mostrar a resistência.
“Eu peço para que todos olhem e tomem cuidados com seus filhos. A internet oferece muitas coisas boas, mas também tem coisas ruins”, orienta o pai. Com o ocorrido ele cobra dos órgãos públicos ações para proibir este tipo de conteúdo. “Se a gente não tomar cuidado, vai acontecer cada vez mais. A gente pede para que as autoridades façam algo para que novos casos não aconteçam”, destaca.
O velório do corpo do garoto aconteceu na tarde da sexta-feira (26), em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. A cerimônia teve início às 13h e o sepultamento se deu às 15h.
*informações O Tempo