Antônio Martiningo, de 77 anos, morreu após ser atropelado e arrastado por micro-ônibus em Bragança Paulista, no interior de SP;
São Paulo – O aposentado Antônio Martiningo, de 77 anos, morreu após ser atropelado e arrastado por um micro-ônibus em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, na manhã do último domingo (16/7). Logo depois da colisão, o motorista chegou a inspecionar o veículo e fugiu sem prestar socorro, conforme mostra vídeo.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento exato do atropelamento. Às 5h57, ao perceber que não havia movimentação de carros, Martiningo começa a atravessar a rua, na faixa de pedestre.
Depois de percorrer mais da metade da faixa, ele é atingido pelo micro-ônibus, que, de repente, entra à esquerda. O incidente aconteceu no cruzamento da Rua Inverno com a Rua João Franco, no bairro Cruzeiro, uma região considerada tranquila.
Investigado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), o motorista Francisco de Assis da Silva Santos, de 63 anos, se apresentou na delegacia à tarde e foi liberado em seguida. À Polícia Civil ele alegou não ter visto a vítima na hora da curva.
Arrastado
A sequência das imagens mostra, no entanto, que Santos chega a parar e a descer do ônibus poucos metros à frente do local do atropelamento.
Ele passa cerca de dois minutos inspecionando o veículo, antes de subir e dar partida de novo, já com o corpo de Martiningo preso debaixo do ônibus. O idoso é arrastado por cerca de 150 metros.
Em seguida, o motorista ainda invade a contramão e, rapidamente, faz uma manobra para retornar à sua faixa. É nessa hora que o corpo se desprende do veículo, fica estirado no chão e assusta uma testemunha que passava pela rua.
A primeira ambulância chega ao local nove minutos depois, mas Martiningo já estava morto. Com perda de massa encefálica e diversos machucados, o corpo do idoso foi reconhecido por causa das roupas.
Justiça
Chamado na família de Toninho, Antônio Martiningo trabalhou de pedreiro, tinha seis filhos (quatro biológicos do primeiro casamento e dois sociais, do segundo) e se aposentou há pouco tempo. “Meu pai adorava pescar e tinha começado a curtir a vida agora”, diz o enteado Gabriel Ramalho.
Na manhã do atropelamento, Toninho tinha uma excursão para acompanhar a missa do padre Marcelo Rossi, realizada na zona sul da capital paulista, junto com a mulher. O ônibus sairia às 6h20.
Segundo a família, Toninho e a esposa já estavam à espera da condução, mas o idoso precisou ir ao banheiro e decidiu andar três quadras até a sua casa. A mulher, que ficou esperando ele retornar, tentou ligar várias para o celular do marido, sem sucesso, e o procurou por cerca de 2 horas até encontrá-lo já morto.
“Perdi o meu pai, infelizmente, de forma trágica e cruel”, declara Gabriel. “Que a justiça divina seja feita. Quanta dor e sofrimento estamos passado. Estamos sem chão, estamos de luto suplicando a Deus paz de espírito.”
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que Santos vai responder em liberdade à investigação, que é realizada pelo 2º Distrito Policial de Bragança Paulista. “Diligências prosseguem para esclarecer os fatos”, diz.
A reportagem não localizou a defesa do motorista. O espaço segue aberto para manifestação.
*Informações Portal Metrópoles.