Por P.A. Ferreira –
Conforme informado pelo “Alô Poços”, com a reportagem “Chuvas: CHESF determina abertura de comportas no NE”, postada no último dia 19, o nível do Rio São Francisco subiu mais de dois metros nos últimos dias e hoje, nas próximas horas, devem atingir três metros devido ao aumento da vazão das principais hidrelétricas da região, como Sobradinho (BA) e Xingó (SE/AL), que deve chegar a 4.000m³/s (Quatro mil metros cúbicos por segundo).
A abertura das comportas foi determinada pela CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), com autorização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e a operação começou no último dia 14 com elevação gradual da vazão.
Em Paulo Afonso (BA), a abertura das comportas trouxe de volta um cenário que há 12 anos não se via, revivendo as cachoeiras em seus cânions, elevando, de forma significativa, o nível na calha principal do Rio São Francisco e alagando inúmeros municípios abaixo dessas usinas, obrigando comerciantes a abandonarem suas barracas completamente encobertas nas cidades ribeirinhas, como na turística Pão de Açúcar, no sertão de Alagoas.
A abertura das comportas das principais usinas hidrelétricas ao longo do Rio São Francisco é o reflexo do impacto causado pelas fortes chuvas que caíram e continuam caindo nos estados da Bahia e de Minas Gerais, onde está localizada a nascente do rio, além da necessária abertura das comportas da Usina de Três Marias (MG).
Com isso, cidades de quatro estados, Bahia, Alagoas, Sergipe e Pernambuco, que já estão alagadas e podem sofrer ainda mais com a elevação do nível ou podem vir a ser parcialmente inundadas nas próximas horas, estão em alerta máximo.
Dias antes do início da operação de liberação gradativa das águas das represas e por não haver vazão nesse patamar há 12 anos, a Chesf emitiu comunicado informando o planejamento às prefeituras e defesas civis de todos os municípios para alerta às populações ribeirinhas e para que fossem adotadas medidas preventivas, como a retirada dessas populações que estão sendo impactadas. A título de ilustração, para que se possa entender o está acontecendo na calha do Rio São Francisco, no último dia 14, quando a liberação foi iniciada, a vazão em Xingó passou de 1.000 m³/s para 1.500 m³/s. Na última sexta-feira, 21, a vazão já estava em 3.000 m³/s. No sábado, 22, a vazão subiu um pouco mais, para 3.500 m³/s e, hoje, 24, para 4.000 m³/s.