Os registros de infecções causadas pela subvariante BQ.1 da Ômicron no Brasil reacenderam a preocupação sobre a possibilidade de uma nova onda de Covid. Apesar de a vacinação ser recomendada pelos especialistas como a melhor estratégia de prevenção, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou a aplicação das novas versões dos imunizantes, adaptadas contra a Ômicron.
Os imunizantes bivalentes – preparados para combater a cepa original e a Ômicron – já estão sendo aplicados nos Estados Unidos, Canadá e na Europa como dose de reforço. A farmacêutica Pfizer pediu à Anvisa o uso emergencial de duas fórmulas adaptadas contra a Ômicron, mas a análise ainda está tramitando.
De acordo com a Anvisa, a análise do pedido de uso emergencial está na área técnica e, em seguida, seguirá para a deliberação dos diretores da agência reguladora.
Versões atualizadas
O primeiro pedido foi enviado pela Pfizer à Anvisa em 19 de agosto. Ele é referente a uma versão atualizada que combina a cepa original do coronavírus, encontrada em Wuhan, e a subvariante BA.1, da Ômicron. No dia 30 de setembro, a farmacêutica encaminhou novo pedido para uso de outra versão da vacina, que confere proteção contra as variantes BA.4 e BA.5 da Ômicron.
A primeira geração de vacinas se mostrou eficaz na proteção contra casos graves, hospitalizações e mortes. O desafio dos imunizantes bivalentes é reduzir a transmissão e a ocorrência de casos leves da doença.
“As vacinas adaptadas vão prevenir formas leves da doença, diminuir o absenteísmo no trabalho, a transmissão, o número de internações e o risco para os mais vulneráveis”, aponta o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.
Dados dos estudos clínicos feitos pela Pfizer/BioNTech mostram que as novas versões conseguiram induzir uma resposta imunológica robusta para as subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5 e para outras variantes de preocupação. Os imunizantes também mantêm bom perfil de segurança e tolerabilidade.
Quando as doses chegarão ao Brasil?
Em nota, a Pfizer afirmou que o contrato original prevê o fornecimento de vacinas adaptadas para novas variantes e/ou para diferentes faixas etárias. A empresa reconheceu, entretanto, que ainda não há uma data estabelecida para a entrega.
“Os detalhes sobre as negociações são objeto de compromissos de confidencialidade assumidos contratualmente entre a Pfizer e o governo”, informou.
Questionado pelo portal Metrópoles, o Ministério da Saúde não estabeleceu em que data as doses atualizadas serão entregues ao país. “A pasta acompanha com atenção os estudos e inovações tecnológicas nos tratamentos relacionados à Covid-19. O atual contrato com os fornecedores contempla a entrega de vacinas com cepas atualizadas, desde que aprovadas pela Anvisa”, disse.
*Com informações do Portal Metrópoles