Um residente em medicina, de 27 anos, é investigado por atacar um jovem de 14, com chineladas e tapas, em um hotel de São Paulo. Para o adolescente agredido pelo médico, o momento foi um pesadelo. O caso foi registrado na terça-feira (20) e divulgado pelo Fantástico ontem (25).
O homem flagrado pelas câmeras de segurança do local é de Curitiba (PR) e faz residência em cirurgia geral no Hospital Universitário Cajuru. Segundo a reportagem da Globo, ele mora no hotel por conta do estágio.
O menino Guilli Neuman, vítima das agressões, estava em São Paulo em uma excursão da escola. O passeio era para conhecer parques e museus do estado, mas, segundo ele, acabou se tornando um “pesadelo”.
As agressões
Vídeo gravado por câmeras de segurança mostram o instante em que Lucas parte para cima do garoto. Guilli estava hospedado no nono andar, enquanto os amigos ficaram no décimo. O grupo pediu para que ele e outro colega subissem.
Os dois meninos passaram um tempo no quarto dos amigos e, em dado momento, deixaram o local. A vítima narra que, quando tentaram entrar novamente, os amigos não abriram.
“A gente entrou e ficou lá conversando. Aí a gente saiu do quarto deles e eles não queriam abrir a porta de novo. Aí eu falei pro meu amigo: vamos embora, depois a gente encontra eles lá embaixo. Eu puxei ele, só que ele voltou e ficou na porta esperando eles abrirem, falando coisas engraçadas”, diz.
Guilli conta que começou a rir e, poucos instantes depois, o médico apareceu. “Ele me agarrou pelo pescoço, me jogou contra a parede e eu gritando: ‘não fiz nada, não fiz nada’. E ele começou a me bater, me dar um monte de tapa na cara. E eu me agachando”, lembra.
Veja o momento das agressões abaixo:
“O momento em que ele tava chegando perto e me agarrou, eu parei de pensar. Eu não tinha reação, eu não corri porque eu tava em choque”, continua o adolescente agredido pelo médico. Enquanto agredia o garoto, o médico gritou que estava estudando. Guilli conseguiu uma brecha para chamar o segurança do hotel.
“Ele confessou que me bateu. Aí depois ele queria pedir desculpas pra mim. Só que os seguranças não deixaram ele encostar em mim de novo”, relata.
Segundo os advogados do agressor, os adolescentes estavam gritando pelos corredores, batendo em portas e tocando campainhas, o que teria prejudicado o silêncio. Lucas se submeterá ao “crivo do Poder Judiciário”, diz trecho de nota enviada à reportagem do Fantástico.
A defesa de Lucas Valoni também alega que ele está “consternado” com a situação. “Lucas havia trabalhado o dia todo, sendo hospital um ambiente de alta tensão emocional, e à noite estava estudando para concurso na área de saúde”.
Hotel denuncia agressor
O hospital em que Lucas estagia disse repudiar qualquer ato de violência, afirmando que instaurou sindicância para apurar os fatos.
Por meio de nota, o hotel onde a violência ocorreu disse que “tomou todas as providências para acolher e proteger o estudante agredido”.
A gerente do estabelecimento denunciou o agressor à Polícia e acompanhou os responsáveis do menor até a delegacia.
Assim que tomou ciência do ocorrido, a escola contatou a mãe de Guilli. “Eu quase surtei. Tive uma crise de choro de imaginar o que ele tava sentindo naquele momento, o medo que essa criança deve ter sentido”, lamentou ao Fantástico.
A Polícia Civil de São Paulo investiga Lucas Valoni por lesão corporal. Os laudos estão em elaboração.