Entre os dias 7 a 11 de novembro, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou o Ciclo de Palestras direcionado aos alunos em formação técnico-profissional das carreiras policiais, que participam de curso na Academia de Polícia Civil (Acadepol-MG). O objetivo foi estimular a integração com outras instituições e órgãos comprometidos com a segurança pública, bem como proporcionar o conhecimento multidisciplinar, a fim de aprimorar o contínuo trabalho investigativo realizado pela PCMG.
Durante a abertura das atividades, a diretora da Acadepol, delegada-geral Cinara Maria Moreira Liberal, pontuou que os novos policiais estão encerrando esse módulo e chegam ao ápice do curso de formação com a semana de palestras. “Reforço o alto nível intelectual dos palestrantes, que trazem muito mais do que nossos alunos já aprenderam na Academia diariamente”, declarou.
A aluna do curso de formação de investigador de polícia, Gabriella Boechat Mattos, natural de Governador Valadares (MG), apontou que “as palestras são de extrema importância para a formação das carreiras que atualmente estão na Acadepol, não só no sentido de complementar os conhecimentos que estão sendo transmitidos, mas também reforçar tudo aquilo que tem sido ministrado durante as aulas”.
Na oportunidade, gestores, pesquisadores e integrantes de carreiras policiais apresentaram temas importantes para a formação dos alunos da Acadepol. O evento ocorreu no auditório do Colégio Salesiano de Belo Horizonte, com a participação de 662 alunos, entre delegados de polícia, escrivães de polícia, investigadores de polícia, peritos criminais e médicos-legistas empossados em junho deste ano.
Intercâmbio
O aluno do curso de formação de perícia criminal, Bruno Schmidt, natural de Petrópolis (RJ), destacou que o evento trouxe palestrantes de altíssimo nível, além de agregar a visão da PCMG em termos organizacionais e culturais. “As palestras nos ajudam de maneira estratégica dentro da Polícia Civil e contribuem tanto na parte profissional quanto na pessoal e intelectual, trazendo conteúdos que muitas vezes nós não temos em sala de aula, em função do currículo acadêmico. Então, o Ciclo vem como uma atividade complementar, colaborando para formar profissionais que sejam mais do que policiais civis”, observou.
A chefe de Gabinete da PCMG e coordenadora do Ciclo de Palestras, delegada-geral Águeda Bueno Nascimento Homem, ressaltou o empenho da equipe em proporcionar aos alunos um intercâmbio institucional, com a presença de integrantes, por exemplo, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e de profissionais que hoje trabalham na Presidência da República. “Foram abordados vários temas interessantes, como a comunicação e a polícia judiciária, investigação qualificada de homicídios, a perícia contábil e tantos outros que enriquecem o currículo e a capacidade do policial civil de interagir com outros órgãos e de prestar a segurança pública de forma mais eficiente”, avaliou.
Também aluna do curso de formação técnico-profissional, a delegada de polícia Karla Moreira Lima Carvalho, de Belo Horizonte, comentou sobre a oportunidade de complementar o aprendizado com temas inéditos, entre eles genética e manejo com drones. “A investigação criminal não é única; é um conjunto de vários atores e que, quando atuam juntos, conseguem um resultado exitoso ao estudar o crime, encontrar o autor e trazer uma resposta para a família”, afirmou.
Palestrantes
O primeiro dia de palestras teve início com a participação da chefe adjunta da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada-geral Irene Angélica Franco e Silva Leroy, que abordou o tema “Atuação do Policial Civil – Comportamento e Liderança”. O evento também recebeu a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Andreza Rafaela Abreu Gomes Meneghin, para tratar sobre “Política de Prevenção à Criminalidade”.
A fim de explicar sobre “O Funcionamento dos Bancos de Perfis Genéticos e sua Importância na Elucidação de Crimes”, a Acadepol convidou o perito criminal da Polícia Civil, Giovanni Vitral Pinto. Também integrante da PCMG, o investigador de polícia Lucas Eduardo Guimarães tratou sobre o tema “A Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas e o Papel das Polícias Civis para a sua Execução”.
No segundo dia, o controlador-geral do Estado, Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda, explicou aos alunos sobre o “Plano Mineiro de Promoção da Integridade”. Outro tema relevante para as carreiras policiais, “Gestão Bélica”, foi abordado pelo investigador de polícia e diretor de Material Bélico da PCMG, Mateus Picinin. Para tratar sobre “A Investigação Qualificada do Crime de Homicídio”, o palestra foi com o delegado de polícia Emerson Crispim de Morais. Para fechar, a perita criminal da PCMG, Luciana Janzkovski de Carvalho, falou sobre “Perícia Contábil”.
Já o terceiro dia teve a presença do agente de Polícia Federal Christian Vianna de Azevedo, que ocupa o cargo de subsecretário de Inteligência e Atuação Integrada da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, para ministrar uma palestra sobre “Crimes Transnacionais – Tráfico de Cocaína e Armas e o Nexo Crime-Terror”. Para abordar sobre “Fundamentos de Investigação Cibernética”, foi convidado o promotor de Justiça Mauro da Fonseca Ellovitch, responsável pela Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público de Minas Gerais.
Outra presença marcante foi do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), Rogério Greco, que, mesmo com a queda de energia elétrica, conseguiu atrair a atenção dos alunos com o tema “Facções Criminosas e Violência Urbana”. Para tratar sobre “A Importância da Articulação Interna dos Órgãos da Administração”, os convidados foram o secretário-geral do Estado e vice-governador eleito de Minas Gerais, Mateus Simões, e o consultor-geral de Técnica Legislativa do Estado de Minas Gerais, Marcel Dornas Beghini.
Interdisciplinaridade
O aluno do curso de formação em medicina-legal, Wilson Vasconcelos, informou que as palestras estão contribuindo com uma visão diferente, trazendo ideias novas em relação à atividade de policial de uma maneira geral, principalmente do ponto de vista de ética, comunicação, integridade, diálogo e interface com outras carreiras.
Nesse sentido, para iniciar o quarto dia de atividades, o jornalista e apresentador de televisão, Lair Rennó, falou sobre “Comunicação e Polícia Judiciária”. A segunda palestra foi do assessor de Relações Institucionais da PCMG, delegado de polícia Felipe Forjaz, sobre “Drone como Ferramenta de Investigação Criminal”, com a participação da Coordenação Aerotática (CAT) da PCMG, que realizou uma simulação com drones.
Para tratar do tema “Atenção Psicossocial aos Servidores da PCMG”, foram convidados a investigadora de polícia e psicóloga Kelly Regina de Souza Garcia; o perito criminal e médico-diretor de saúde ocupacional, Cláudio Eduardo Falcão Dias; e a inspetora-geral de Escrivães da PCMG, Luciene Cardoso Murta Vilela. Encerrando o dia, ocorreu a palestra “Relação Institucional Juiz x Delegado com os Aspectos do Júri”, com a presença do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, Carlos Henrique Perpétuo Braga.
No último dia, os alunos do curso de formação das carreiras policiais assistiram às palestras “O Policial Civil como Implementador de Políticas Públicas”, ministrada pela escrivã de polícia da PCMG, Ana Rosa Campos; “Tópicos acerca da Atividade de Controle de Armas de Fogo e os Desafios de seu Exercício em Minas Gerais”, com o delegado da Polícia Federal, Marcílio Manfre; “A Perspectiva da Macropolítica de Segurança Pública”, proferida pelo delegado de polícia Daniel Barcelos e “A Investigação Policial como um Processo Científico de Construção do Conhecimento”, com o investigador de polícia Douglas Eustáquio da Silva Viana.
O integrante do curso de formação técnico profissional da carreira de escrivão de polícia, Gilvan Ferreira, reforçou a oportunidade de compreender o fenômeno criminal por meio de várias outras áreas de formação. “Ninguém combate o crime sozinho; é sempre uma união. E a polícia demonstra essa irmandade e parceria entre órgãos e instituições. É sensacional participar dessa experiência”, observou.