A polícia investiga o desaparecimento de duas fontes radiotivas de Césio 137 da mineradora AMG, em Nazareno, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais. O possível furto foi registrado no último dia 29 na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Segundo o órgão, as fontes são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, e resistem a impactos. São classificadas como de categoria 5 e “não perigosas” pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), da CNEN, foram até o local nessa sexta-feira (30) para levantar informações sobre o possível furto. Além disso, verificar as ações dos técnicos de radioproteção da empresa.
Investigação interna
“Apesar de as autoridades policiais já terem sido acionadas, a empresa continua com a investigação interna e na procura das fontes”, diz nota. Os técnicos seguem no local apoiando as atividades de busca para localizar as fontes, que estão seladas.
Devido às características de “baixo risco” das fontes de Césio 137, derivado de reações de fissão nuclear, o contato não deve causar riscos à saúde. Nesta quarta-feira (5), a Diretoria de Radioproteção e Segurança do órgão enviará uma equipe de licenciamento para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Em nota a mineradora AMG, diz que “leva esse incidente muito a sério e lamenta profundamente qualquer preocupação que possa causar às comunidades vizinhas. Como a segurança e o bem-estar de todos os indivíduos nessas áreas são prioridade, a empresa enfatiza que está fazendo todos os esforços possíveis para resolver a situação o mais breve possível”.
A empresa pede ajuda à população que faça contato para fornecer qualquer tipo de informação sobre as fontes supostamente furtadas, e diz estar à disposição das comunidades vizinhas para esclarecer dúvidas sobre o assunto. O telefone para contato é o (32) 3322-3053.
Césio-137 em Goiânia
As fontes extraviadas, apesar de serem de Césio-137, têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia, em 1987. Mesmo que fossem violadas, o material com o qual são confeccionadas não seria espalhado, como aconteceu na capital goiana.
O acidente aconteceu em 1987, na capital do Goiás, devido ao manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia. O caso envolveu centenas de pessoas.
A fonte tinha radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci). A violação do equipamento resultou em fragmentos espalhados no meio ambiente, na forma de pó azul brilhante.