Com intervenção de vereadores, Justiça expediu decisão liminar dando prazo de 24 horas para transferência
O prazo de 24 horas dado pela Justiça, na tarde de ontem, 07, em decisão liminar, venceu e a jovem trabalhadora rural Emily Gregório Esteves, 20 anos, vítima de queimaduras em cerca de 70% do corpo no último dia 1º, quando foi aquecer seu almoço utilizando álcool líquido, continua internada no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, mesmo com toda a estrutura de transferência preparada para o deslocamento, inclusive com a disponibilização de uma aeronave do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, capital do estado, para o transporte.
A decisão liminar foi expedida pelo juiz Paulo Rubens Salomão Caputo depois da intervenção dos vereadores Diney Lenon (PT), Tiago Braz e Lucas Arruda, ambos do REDE, que foram procurados por familiares e, com a ajuda de dois advogados, obtiveram êxito indo até hospital para cientificar a administração hospitalar da determinação.
Alerta e Responsabilidade
Não o bastante, os vereadores também emitiram comunicação a todas as autoridades envolvidas, deste o chefe do Executivo de Poços de Caldas, prefeito Sérgio Azevedo (PSDB), até o secretário e sub-secretário de Estado da Saúde.
No comunicado, os vereadores informam a decisão judicial do Dr. Paulo Caputo para a transferência de Emily para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte e que, conforme disposto na liminar judicial, “o ‘preferencialmente’ deixa claro que se não houver vaga lá, tanto o Estado (governador Romeu Zema) quanto a Prefeitura (prefeito Sérgio Azevedo) devem comprar uma vaga em hospital particular, mesmo fora do estado, para garantir tratamento adequado e rápido”.
O comunicado também alerta que a manutenção da paciente no Centro de Terapia Intensiva (CTI) pode trazer exponencial prejuízo à paciente, com “piora significativa do quadro clínico da jovem que já corre risco de vir a óbito”, citando as cidades de Ribeirão Preto e Franca, no estado de São Paulo, e Serra, no Espírito Santo, como exemplos da existência de hospitais em condições de receber pacientes como a Emily.
Aeronave
No início da tarde desta sexta-feira (09) chegou a circular a informação de que uma aeronave do Corpo de Bombeiros, em Belo Horizonte, havia decolado no final da manhã ruma a Poços de Caldas e que a trabalhador seria removida para o Hospital João XXIII.
Na verdade, a aeronave e a equipe de transporte estavam de prontidão para fazer a viagem, todavia, não puderam fazer voo por falta de confirmação de vaga no hospital.
Outra situação que representa considerável dificuldade no transporte da paciente para qualquer outro município é a ausência de balizamento noturno no Aeroporto Municipal “Embaixador Valter Moreira Salles”, o que impede, caso surja a vaga nessa noite/madrugada, que aeronaves aterrissem ou decolem em Poços de Caldas.
O Corpo de Bombeiros em Belo Horizonte, que fará o transporte aéreo, e em Poços Caldas, que fará o transporte por terra, estão em estado de alerta para a rápida remoção.