“A razão pela qual a estrela do mar está bem ao lado da esponja é porque essa esponja está prestes a ser devorada, pelo menos em parte”, observou cientista
Christopher Mah foi um dos cientistas que assistia a transmissão ao vivo de um submersível lançado do navio Okeanos Explorer, da NOAA. Ele é pesquisador do Museu Nacional de História Natural (EUA) que frequentemente colabora com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês). Ele também é especialista em estrelas do mar.
Mah percebeu imediatamente a semelhança das criaturas subaquáticas com os amigos animados. “Eles são simplesmente sósias dos personagens dos desenhos animados”, disse à NPR.
Então, ele tuitou uma imagem dos dois observando a semelhança, encantando muita gente. Alguém acrescentou rostos e pernas de forma prestativa.
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Em vez de estar fazendo um “rolê” no fundo do mar, Mah suspeita de uma razão diferente para a proximidade das criaturas: as estrelas do mar gostam de se alimentar de esponjas.
“Com toda a probabilidade, a razão pela qual a estrela do mar está bem ao lado da esponja é porque essa esponja está prestes a ser devorada, pelo menos em parte”, observou.
Ou talvez não. A esponja pode ser amarela brilhante por causa de suas defesas químicas, salienta.
De qualquer forma, ele diz: “A realidade é um pouco mais cruel do que talvez um desenho animado possa sugerir”.
Mah acrescenta que a estrela do mar avistada pela expedição era provavelmente uma espécie chamada Chondraster grandis – a estrela do mar rosa que provavelmente foi a inspiração para o personagem Patrick.
Enquanto a esponja da vida real é tão amarela quanto o personagem da Nickelodeon, a forma de Bob Esponja está longe de ser encontrada na natureza.
“Bob Esponja, obviamente, tem o formato de uma esponja de louça; ele é retangular”, indica Mah. Mas, e as esponjas do fundo do mar de verdade? “Elas são quase surreais. São formas bizarras e malucas.”
A anatomia de Patrick também não é exatamente fiel à de uma estrela do mar real.
Das Profundezas do Atlântico
A expedição estava distante de continentes quando a agora famosa esponja e estrela do mar foram avistadas.
A descoberta fazia parte do North Atlantic Stepping Stones da NOAA, uma expedição de um mês no Okeanos Explorer para coletar informações sobre áreas de águas profundas desconhecidas e mal compreendidas na Costa Leste dos EUA e em alto mar. A expedição envolveu o mapeamento do fundo do mar e a exploração de comunidades de esponjas e corais em alto mar, habitats de peixes e os ecossistemas dos montes submarinos, que são montanhas subaquáticas.
Com certeza, diz Mah. Mas ele agradece a atenção se isso fizer com que as pessoas pensem sobre a vida que habita os oceanos do mundo.
“São, literalmente, animais que o público talvez nunca tenha visto antes. Eles vivem a quase 2.000 metros de profundidade”, observa.
Ele espera que o burburinho desperte a atenção não apenas para as esponjas e estrelas do mar, mas também para seu habitat, que está sob a ameaça de atividades como a mineração e a pesca.
A resposta positiva do pessoal do Twitter também foi boa.
“Eles ficam tipo, ‘Oh, meu Deus, isso é perfeito. Isso é ótimo. Não posso acreditar que isso seja verdade’”, constata Mah. “Portanto, se pudermos trazer positividade e fazer as pessoas felizes, mostrando-lhes a natureza, bem, isso é o que a natureza sempre fez por nós.”
*informações portal Hypescience