Número de casos confirmados tende a aumentar na capital; doença não tem potencial para uma nova pandemia
A confirmação da transmissão comunitária da varíola dos macacos em Belo Horizonte preocupa profissionais da saúde. Nesta quarta-feira (13), a Prefeitura informou que três dos 18 pacientes confirmados não têm histórico de viagem a locais com casos da doença. A contaminação destes pacientes confirmou a transmissão comunitária na capital.
Mas, o que significa na prática a transmissão comunitária? “Agora você não precisa mais sair de Belo Horizonte para contrair a varíola dos macacos”, afirma o médico infectologista Estevão Urbano. De acordo com o especialista, o avanço da doença preocupa e exige das autoridades de saúde ações para conter novos casos. “Temos uma transmissão comunitária e isso tende a crescer. Isso não vai ficar em poucos casos, por isso devemos dobrar a atenção com a transmissão via área e com o contato com pessoas que tem feridas suspeitas”, alerta.
O médico orienta que as pessoas precisam estar atentas aos primeiros sintomas. Em caso de lesões suspeitas, semelhantes as da catapora, as pessoas devem procurar os Centros de Saúde para uma avaliação e, em alguns casos, até mesmo se isolar.
“Evitar contatos com doentes e usar máscaras em locais fechados são algumas medidas de prevenção”, orienta. Para ele, apesar do possível aumento de casos, a varíola dos macacos não tem potencial para se tornar uma pandemia semelhante a da Covid-19. “Já existe uma vacina para isso. Ela só vai precisar ser produzida em larga escala”, justifica.
A capital tem 18 casos confirmados da doença. Os pacientes infectados pela varíola dos macacos são do sexo masculino, com idades entre 22 e 38 anos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 15 pacientes têm histórico de viagem a São Paulo, Rio de Janeiro ou países com transmissão comprovada. Os outros três pacientes não têm histórico de viagem a locais com casos confirmados da doença, o que confirma a transmissão comunitária em Belo Horizonte. Nenhum dos pacientes com varíola dos macacos estão em internação hospitalar. Os casos são monitorados pelos serviços de saúde da capital.
Quais são os sintomas da varíola dos macacos?
Os primeiros sintomas da varíola dos macacos são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A doença se desenvolve com lesões na pele, primeiramente no rosto. As lesões também podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai. Os sintomas podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas.
Como a doença é transmistida?
A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. A transmissão de humano para humano ocorre entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos. O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.
*Fonte: O Tempo