O primeiro lote de vacinas contra a varíola dos macacos deve chegar ainda este mês ao Brasil, de acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A informação foi divulgada em entrevista ao programa “Brasil em Pauta”, da TV Brasil.
Nessa primeira leva devem estar disponíveis 50 mil imunizantes, os mesmos utilizados para o combate da varíola. A negociação foi feita com o laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, com intermediação da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Segundo o ministro, neste primeiro momento as vacinas não serão destinadas para toda a população, e sim para grupos específicos. “Não há recomendação, no momento, para vacinação em massa”, esclareceu.
Entre os grupos que devem receber o imunizante estão profissionais da saúde que lidam diretamente com amostras de infectados e pessoas que tiveram contato com portadores do vírus.
“Estudos já mostram que uma dose dessa pode ser fracionada em cinco doses. Então nós podemos beneficiar um número maior de pessoas. A princípio são aqueles que têm contato com o material contaminado”, disse Queiroga.
Além da importação emergencial de doses de vacina contra a varíola dos macacos, o Ministério da Saúde também recebeu autorização emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar o antiviral Tecovirimat, que deve ser usado em situações graves. “O uso é diante de situações onde não temos mais alternativas para esses pacientes”, salientou o ministro da Saúde.
Surto controlado
Queiroga reforçou as diferenças entre a varíola dos macacos e a covid-19. Para ele, além da letalidade, o vírus da covid-19 apresentou inúmeras mutações no decorrer da pandemia, o que não se observa com a varíola dos macacos, mapeada pela primeira vez na África, em 1976.
O ministro também salientou que os índices de contágio estão em queda no mundo em estabilidade no Brasil. “No mundo inteiro o surto tem diminuído, a velocidade de progressão dos casos é menor e nós estamos numa fase de platô com queda. Então esperamos que esse surto seja controlado”, defendeu.
Vacina nacional
O Ministério da Saúde também trabalha com o desenvolvimento de um imunizante nacional para enfrentar a doença. A expectativa é que a vacina esteja disponível no segundo semestre do ano que vem. Mas para isso, o cenário epidemiológico precisa indicar a necessidade de ampliação do público alvo da vacinação.
“É algo que está trabalhado, em pesquisas. Já recebemos a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que nós chamamos de semente, que depois gera a produção do IFA, e a Fundação Oswaldo Cruz, através de Biomanguinhos, tem capacidade de fazer escala. Mas isso é se houver uma indicação de vacinação para um grupo maior de pessoas”, explica o ministro.